quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Fenómeno mais raro na Vida?


«A vida é um dever, também se deve suportar a música...»

Quando falaste a primeira vez, falaste de….

Há poucas horas, as tuas palavras foram…. (as mesmas)
Sim, as palavras «retornam». Tudo retorna, as coisas e as palavras andam em círculo, depois encontram-se, tocam-se e encerram qualquer coisa…
Pergunta-me, o quê?
O que é que se pode perguntar das pessoas com «palavras»? O que vale a resposta que uma pessoa dá com «palavras» e não com a «realidade da sua vida?»... Vale pouco.
São poucas as pessoas cujas palavras correspondem por completo às «realidades» das suas vidas. Talvez seja este o fenómeno mais raro na vida !
Não me refiro aos mentirosos, aos menos escrupulosos. Só penso que conhecer a verdade, adquirir experiência, de nada serve, porque ninguém consegue mudar o seu carácter. Talvez não se possa fazer mais nada na vida que adaptar à realidade com inteligência e cautela essa outra realidade inalterável, o «carácter pessoal». É a única coisa que podemos fazer. E mesmo assim, não seríamos mais sábios nem mais protegidos…
Onde está o limite entre seres humanos?
Porque não só as coisas acontecem com as pessoas. Cada um «gera» também aquilo que acontece consigo. «Gera-o», «invoca-o», não deixa de escapar aquilo que tem de acontecer. O homem é assim. Fá-lo, mesmo, que saiba e sinta logo desde o primeiro momento, que tudo o que faz é fatal. O homem e o seu destino «seguram-se» um ao outro, evocam-se e criam-se mutuamente. Não é verdade que o destino entre cego na nossa vida, não. O destino entra pela «porta» que nós mesmos abrimos, convidando-o a passar. Não há nenhum ser humano que seja bastante forte e inteligente para desviar com «palavras» ou com acções o destino fatal que advém, segundo leis irrevogáveis, da sua natureza, do seu carácter.
Dizia-me a certo ponto: «Já é tarde para isso…» Será?...
Alguns dizem-me que sou uma pessoa «diferente»…
Não percebo essa palavra, ainda não sei que significa «ser diferente»… (e muito menos só para alguns). Muito tempo e muitas horas solitárias, que se trata sempre disso, relação entre homem e mulher, amizades, relações mundanas, tudo depende disso: das diferenças que dividem a humanidade em dois grupos. Às vezes penso que só existem esses dois grupos no Mundo, e todas as variantes da sua «diversidade», as diferenças de classe social, de ideologias e de graus de poder, tudo advém dessa «diversidade». E, tal como apenas as pessoas do mesmo grupo sanguíneo podem ajudar-se nos momentos de perigo, ao dar o seu sangue a alguém que pertence ao mesmo grupo, assim a alma humana só pode ajudar outra alma humana, se não for «diferente», se o seu ponto de vista, a sua «realidade mais secreta» que a sua convicção, forem «semelhantes»…
Palavras de minha Avó, que não lia livros, mas a quem a solidão e a vida (a tal «bíblia da vida») tinham ensinado a conhecer a verdade; ela sabia dessa «diversidade», sim, ela também tinha encontrado um homem a quem amava muito, a cujo lado, porém, se sentia sozinha, porque eram duas pessoas «diferentes», dois temperamentos, dois ritmos de vida diferentes, porque a minha Avó era «diferente»…
O maior «segredo» e a maior «dádiva da vida», quando duas pessoas «semelhantes» se encontram. Isso é tão raro como se a Natureza «impedisse» com força e astúcia essa «harmonia» – talvez porque para a criação do Mundo e para a renovação da vida, necessita de «tensão» que se gera entre as pessoas que se procuram eternamente, mas que têm intenções e ritmos de vida «opostos»…
Sabes, «corrente alterna»… (dizia-me ela) onde quer que olhes, lá está essa troca de forças «positivas» e «negativas»…
E desde então me questiono: «porque ardem as velas até ao fim?»



Falripas da Vida
Luis - 2008-01-20

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