sábado, 14 de novembro de 2009

Madalena


- Disse-lhe Jesus: Maria !
Ela, voltando-se, disse-lhe: Mestre ! -
João: 20-16

Dos factos mais significativos do Evangelho, a primeira visita de Jesus, na ressurreição, é daqueles que convidam à meditação substanciosa e acurada.
Por que razões profundas deixaria o Divino Mestre tantas figuras mais próximas da sua vida, para surgir aos olhos de Madalena, em primeiro lugar ?
Somos naturalmente compelidos a indagar porque não teria aparecido, antes, ao coração abnegado a amoroso que lhe servira de Mãe, ou aos discípulos amados...

Entretanto, o gesto de Jesus é profundamente simbólico em sua essência divina.
Dentre os vultos da Boa-Nova, ninguém fez tanta violência a si mesmo, para seguir o Salvador, como a inesquecível obsidiada de Magdala. Nem mesmo Paulo de Tarso faria tanto, mais tarde, porque a consciência do apóstolo dos gentios era apaixonada pela Lei, mas não pelos vícios.

Madalena, porém, conhecera o fundo amargo dos hábitos difíceis de serem extirpados, amolecera-se ao contacto de entidades perversas, permanência «morta» nas sensações que operam a paralisia da alma. Entretanto, bastou o encontro com o Cristo para abandonar tudo e seguir-lhe os passos, fiel até ao fim, nos actos de negação de si própria e na firme resolução de tomar a cruz que lhe competia no calvário redentor da sua existência angustiosa.
É compreensível que muitos estudantes investiguem a razão pela qual não apareceu o Mestre, primeiramente a Pedro ou a João, a sua Mãe ou aos amigos. Todavia é igualmente razoável reconhecermos que, com o seu gesto inesquecível, Jesus ratificou a lição de que a sua doutrina será para todos os aprendizes e seguidores do código de ouro das vidas transformadas para a glória do bem.

Ninguém, como Maria de Magdala, houvera transformado a sua, à luz do Evangelho redentor.



Falripas de Jesus – Volume 1

Luis – 2001-01-23

2 comentários:

  1. O simbolismo BiBlico leva muitos estudiosos ao mais minucioso pormenor, da palavra escrita.
    O maior livro, e o primeiro entre tantos que existem, é sem duvida este "A BiBlia Sagrada", onde alguns aprendem, e outros se confundem.
    As leis e pragas do Velho Testamento.
    As parábolas, os requesitos e promessas
    do novo testamento, levam-nos a uma meditação por vezes dolorosa, mas ao mesmo tempo de esperança, uma esperança baseada na fé que cresce dentro de nós a cada instante de vida.
    A Fé verdadeira é aquela que se manifesta de uma forma amorosa e paciente.
    A fé deste mundo vive de ansiedade, de egoismo, de pressa, esta sem duvida não é a Fé de que Jesus falava, aquela Fé que nos salva.
    Aquela Fé que Magdalena sentiu, quando abdicou do mundo para seguir Jesus.
    Nem aquela Fé que Jesus mostrou ter ao confiar a sua própria vida nas mãos do "Divino Pai".
    O primeiro passo para todos os que queiram alcançar esta Fé verdadeira é sem duvida o "Amor" em todos os momentos da nossa vida, depois é esperar paciente os resultados.
    Agradecida por trazer este texto á luz do dia.
    Aquele abraço da amiga certa
    Rosa

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  2. Obrigado. Por acaso este tipo de leitura sempre me prendeu e fascinou, desde que me conheço, e outros temas semelhantes penso ir por aqui abordando, para que alguma coisa vá ficando e, quem sabe, alguma «sementinha» possa ir «germinando» por aí...
    Um abraço

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