segunda-feira, 12 de julho de 2010

Alta Costura...As Mãos de Minha Mãe !...

Sempre Menino !...

É como o andar do menino, a vida do homem no mundo...
De queda em queda, ele tomba e se levanta.
Reergue-se e recai, braceja e rodopia. Mas uma hora vem em que se triunfa e se encaminha, para os braços dos pais que o beijam e lhe sorriem.
Anda no chão, como burrinho, enquanto não chega o homem...
As mãos esvoaçam-lhe como asas mal crescidas, que ainda falham no ensaio dos primeiros voos.
E se de pé, um instante, se firma e permanece, logo sobre os pés recai e se lastima...
E rola no tapete, que é uma primavera de rosas, ou se fere a chorar, no soalho pobre da casa.

São estes os caminhos por onde o homem abre a viagem...
E no pó que lhe ergue o bibe, quando brinca ou quando cai, ele faz a primeira lama, com lágrimas de inocência...
Gotas de sangue e de leite, sorrisos e lágrimas, orvalham aquele mundo pequenino e abençoado (quase do tamanho do seu berço...), que ele rodeia e palmilha, ora a rir ora a chorar, à volta de sua Mãe para quem galreja, a doçura da primeira fala, na hora do primeiro passo...

Cresce... E toda a luz – fogo que seja e queime – lhe parece flor e fruto, a quem lança as mãos e os lábios...
E assim vai vivendo, a vida triste deste mundo, caindo e levantando-se, entre derrotas e vitórias, até que chega a velhice a prender-lhe, outra vez, o passo...

E de novo se vê menino...

Se olha então a sua vida e vê, com dor, gotas de pranto ou de sangue que espalhou no mundo, a contrição aparece a renovar o tempo, em que o choro e o sangue eram tributos de inocência...
E as lágrimas caem na terra dos maus caminhos percorridos...
Que os desesperados se acalmem e se confortem, porque até da má poeira se faz terra boa...quando se amassa nas lágrimas do arrependimento...



Falripas de Minha MãeVolume 1

Luis –Ano 2002-11-11

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